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LGPD e Dados Sensíveis na Área da Saúde: Protegendo as Informações dos Pacientes

Daniela Bastos

 

 



A Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), em vigor desde 2020, trouxe importantes mudanças para diversos setores, incluindo o segmento de saúde. Clínicas médicas, odontológicas, estéticas e outros estabelecimentos do setor lidam diariamente com grandes volumes de dados pessoais e sensíveis de seus pacientes. Entender como esses dados devem ser tratados e protegidos é crucial para garantir a segurança, a conformidade legal e a confiança dos pacientes.

O que são dados sensíveis?
A LGPD classifica como dados pessoais sensíveis aqueles que podem expor seus titulares a discriminação ou constrangimento. No contexto da saúde, isso inclui informações como o histórico médico dos pacientes, resultados de exames, prontuários, diagnósticos e laudos. Esse tipo de dado exige um tratamento especial e um nível mais elevado de segurança para evitar danos aos pacientes em caso de vazamento.

Por que clínicas de saúde precisam se adequar à LGPD?
A LGPD estabelece que qualquer empresa ou instituição que trate dados pessoais — incluindo dados sensíveis — deve seguir regras específicas para garantir a privacidade e a segurança dessas informações. Isso significa que todas as clínicas, independente de seu porte ou localização, devem estar em conformidade com a legislação. A atividade de tratamento de dados é a principal condição que obriga a adequação à LGPD, e não o tamanho ou a quantidade de dados coletados.

Clínicas de saúde costumam lidar com três tipos de dados principais:

Dados cadastrais: Nome, endereço, telefone, e-mail, data de nascimento e estado civil.

Dados sensíveis (de saúde): Informações sobre o estado de saúde, histórico médico, prontuários, diagnósticos, laudos e exames.

Dados financeiros: Informações de pagamento, como número de cartão de crédito e dados bancários.

Além disso, esses estabelecimentos frequentemente coletam fotos e informações detalhadas sobre os tratamentos de saúde, como ocorre nas clínicas de estética. Em todos esses casos, a LGPD exige que haja uma justificativa clara para a coleta e tratamento desses dados, além da adoção de medidas de proteção adequadas.

Os principais riscos para clínicas que não se adequam à LGPD
As penalidades para clínicas que não cumprem a LGPD são rigorosas e podem impactar financeiramente e reputacionalmente esses estabelecimentos. Entre os principais riscos estão:

Multas: A clínica pode ser condenada a pagar multas que podem chegar a R$ 50 milhões por infração, dependendo da gravidade da falha.

Danos à reputação: Vazamentos de dados pessoais podem arruinar a imagem da clínica perante os pacientes, levando à perda de confiança e de negócios.

Ações judiciais: Pacientes que tiverem seus dados expostos podem mover ações por danos morais e materiais contra a clínica.

Suspensão das atividades: Em casos graves, a Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) pode determinar a suspensão das atividades da clínica até que a conformidade com a LGPD seja estabelecida.

Como se adequar à LGPD: Passos essenciais para clínicas de saúde
A adequação à LGPD não precisa ser um processo extremamente complexo, mas é fundamental que seja conduzida de maneira estratégica e planejada. Consultar um profissional especializado em proteção de dados é uma medida importante para garantir a conformidade. Aqui estão 10 passos que podem ajudar na adequação:

Mapeamento dos dados: Identificar todos os dados pessoais que a clínica coleta, armazena e trata. Isso inclui desde dados cadastrais até informações de saúde.

Identificação da finalidade: Definir claramente a finalidade do uso de cada tipo de dado. A coleta de informações deve estar sempre vinculada a um objetivo específico e legítimo.

Políticas de acesso: Estabelecer uma hierarquia de acesso aos dados, garantindo que apenas profissionais com autorização possam acessar informações sensíveis.

Criptografia de dados: Implementar sistemas de criptografia para proteger os dados em trânsito e armazenados, impedindo que terceiros não autorizados acessem essas informações.

Treinamento da equipe: Capacitar todos os colaboradores que lidam com dados, para que entendam a importância da proteção de dados e as responsabilidades envolvidas.

Políticas de privacidade: Desenvolver políticas claras de privacidade, informando aos pacientes como seus dados serão coletados, usados, armazenados e, eventualmente, descartados.

Consentimento explícito: Obter o consentimento dos pacientes para o tratamento de seus dados sensíveis, assegurando que eles compreendam como as informações serão utilizadas.

Anonimização: Sempre que possível, anonimizar os dados de saúde para reduzir os riscos em caso de vazamento ou acesso não autorizado.

Atualização contínua: Manter os procedimentos de segurança e proteção de dados sempre atualizados, de acordo com as melhores práticas e novas regulamentações.

Exclusão de dados: Desenvolver uma política clara de exclusão de dados quando não houver mais necessidade de mantê-los armazenados.

Benefícios da adequação à LGPD: Segurança e confiança
A conformidade com a LGPD vai além de uma obrigação legal. Para clínicas de saúde, adotar medidas robustas de proteção de dados significa construir uma relação de confiança com os pacientes. Hoje, a segurança das informações é um fator decisivo na escolha de um serviço de saúde, e os pacientes estão cada vez mais atentos ao modo como suas informações pessoais são tratadas.

Além disso, a adequação à LGPD pode ser usada como um diferencial competitivo. Estar em conformidade com a lei demonstra comprometimento com a segurança dos dados e com o respeito à privacidade dos pacientes, o que pode atrair mais pacientes e fortalecer a reputação da clínica.

Conclusão
A proteção de dados sensíveis na área da saúde é fundamental não só para evitar sanções legais, mas também para garantir a segurança e a confiança dos pacientes. Clínicas que não se adequam à LGPD correm sérios riscos financeiros e reputacionais. Por isso, é essencial que estabelecimentos de saúde adotem medidas de segurança robustas e sigam as orientações da LGPD. Consultar um especialista pode garantir que sua clínica esteja em total conformidade com a lei, prevenindo problemas futuros e fortalecendo a relação com seus pacientes.

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